04/11/2014 | Por | Blog


Os medidores de velocidade de conexão já são bem populares. Quando a internet começa a ficar lenta, muita gente recorre aos testes para tentar descobrir o que está acontecendo. O problema é que a maioria dos usuários presta atenção apenas na velocidade e não leva em consideração outros fatores importantes que garantem mais a qualidade de uma conexão.

Nunca é demais lembrar: a internet é uma grande rede que se comunica entre pontos – entre eles, nossas máquinas e os servidores onde as informações estão alocadas. Simplificando bem a coisa, assa comunicação na internet entre pontos se dá através de pequenos pacotes enviados de um lado para outro. E um primeiro fator que assegura qualidade na conexão é a latência; o tempo que um desses pacotes leva para chegar de um ponto a outro.

A latência pode variar muito de uma conexão para outra. Em uma boa conexão cabeada, uma latência baixa fica entre 30 e 40 milésimos de segundo. Já em uma conexão 3G, por exemplo, a latência pode chegar até 1500 milisegundos.

Outro exemplo no qual a latência prejudica o bom uso da internet são nas chamadas de vídeo ou voz…

Desde 2011, uma resolução da Anatel determina que a latência máxima bidirecional – de envio e recebimento do pacote – fique abaixo dos 80 milésimos de segundo.

Outro fator que influencia na qualidade da nossa conexão é o Jitter. Mas, neste caso, melhor explicar com um exemplo. Em uma chamada de voz, a fala é transformada em dados e esses pacotes trafegam de um lado para o outro. O que se espera de uma boa conexão é que esses pacotes cheguem ao destino com um intervalo fixo entre um e outro. Mas, às vezes, em função de uma rede congestionada os pacotes não chegam de maneira constante. Jitter é exatamente essa diferença de espaço de entrega entre um pacote e outro.

Bom, já explicamos que a comunicação na internet se dá através da troca de pacotes. Acontece que, às vezes, alguns pacotes enviados se perdem no meio do caminho; isso ocorre quando uma rede está muito congestionada. De acordo com outra resolução da Anatel, essa perda de pacotes deve ser inferior a 2%. A perda de pacotes influencia, por exemplo, quando jogamos online – se um pacote se perde, o comando não chega na outra ponta. E quando uma chamada de voz, de repente, fica muda também, isso provavelmente se trata de perda de pacotes.

Agora que você também já conhece e entende o fenômeno da perda de pacotes, podemos falar em velocidade. Normalmente o usuário comum não dá muita atenção; quando faz um teste de velocidade, observa apenas a velocidade de download e pronto. Mas é importante saber que a comunicação na internet se divide em dois tipos de pacotes: TCP e UDP.

A maioria das ferramentas mede apenas a velocidade TCP, que é a mais comum no nosso uso diário da internet; são os pacotes TCP que usamos para acessar nossos e-mails e navegar pela web. A principal característica do TCP é que a informação, mesmo que demore, é entregue de qualquer jeito.

Já os pacotes UDP não têm garantia nenhuma que vão chegar ao seu destino. Mas, ainda assim, os pacotes UDP estão cada vez mais presentes na nossa vida online.

Jogos online também trabalham com pacotes UDP, afinal, de nada adianta um comando em um game que seja executado 10 segundos depois do comendo do jogador. Vídeos streaming ao vivo também usam pacotes UDP.

De acordo com o Marco Civil da Internet, as operadoras são proibidas de priorizar uma dessas velocidades. A não distinção de tráfego está garantida na clausula que discute a neutralidade da rede. Assim, quando a gente mede nossa velocidade de conexão, TCP e UDP devem ser bastante próximas, se não iguais.

O Comitê Gestor da Internet no Brasil disponibiliza uma ferramenta online que mede todos esses fatores de qualidade de uma conexão. Diferente de muitos outros medidores, a aferição é feita um ponto neutro próximo ao usuário.

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