27/03/2014 | Por Fabio Joaquim | Blog
A recente onda dos selfies trouxe de volta um velho conhecido da tecnologia que de tempos em tempos resolve dar as caras: o vício. Muita gente nem percebe quando começa a depender do smartphone, conversamos com uma especialista para entender melhor o problema.
Em primeiro lugar, a dependência de smartphone geralmente está relacionada com internet e interação social. O aparelho, em si, não passa de uma ferramenta que leva à rede e aos serviços proporcionados por ela, como lembra a psicóloga Luciana Ruffo, do NPPI (Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática) da PUC. Abaixo, confira alguns sinais de que o vício está chegando e saiba como combatê-lo.
CHEGADA DO VÍCIO
Dá para sentir o cheiro de vício quando a pessoa começa a ficar irritada se o aparelho perde sinal. O passo seguinte é evitar lugares sem conexão, incluindo partes da casa e até viagens: lugares ermos? Nem pensar.
Família e amigos costumam perceber primeiro a aproximação da dependência e reclamam que a pessoa não passa nenhum tempo longe do smartphone. Então o viciado passa a mentir para não ter de dar explicações e evita sair de casa para não se encontrar pessoalmente com os conhecidos. Quando sai, precisa levar o carregadorjunto para não ficar sem bateria e, quando dorme, tem de estar com o aparelho por perto.
Segundo Luciana, “o vício está mais relacionado com o tipo de uso que se faz do que com a quantidade de tempo que se passa com o aparelho”. Um vendedor, por exemplo, pode passar o dia todo grudado no smartphone porque precisa dele e, quando estiver em seu momento de lazer, esquecer que pode acessar a internet por ali.
Além de afetar a vida social, o vício também cria problemas no trabalho, pois a pessoa apresenta dificuldade em ficar longe do aparelho por curtos períodos de tempo, como em reuniões de trabalho, e tem dificuldade de completar suas tarefas porque precisa verificar atualizações constantemente. Mesmo se o acesso a redes sociais for proibido na empresa, é impossível impedir que se faça isso pelo smartphone sem ferir a Lei, já que usar bloqueadores de sinal é proibido.
A CURA
O remédio ideal contra o vício em smartphone é se livrar dele de uma vez, mas a psicóloga ressalta que é muito difícil fazer isso. A dica então é combatê-lo aos poucos com determinação. Para começar, não procrastine dizendo que vai dar uma olhada de cinco minutos nas redes e depois partir para as obrigações: faça tudo o que tiver de fazer e só então, quando estiver livre, pegue o aparelho.
Caso não consiga fazer isso sozinho – porque a tarefa é realmente complicada – o viciado pode procurar ajuda profissional. A própria PUC trabalha com isso, basta acessar o site do NPPI ou enviar um e-mail para nppi@pucsp.br.
Luciana explicou que nenhum vício em tecnologia é puro, “ele costuma ser derivado de alguma coisa na vida da pessoa que não está bem”. Problemas com trabalho, vida amorosa ou social podem levar a pessoa aos excessos com smartphone, internet etc. Portanto, resolvendo essas questões, o vício tecnológico passa.
Fonte: Olhar Digital
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