06/04/2015 | Por | Blog


RIO – Com a combinação de um smartphone, big data (análise de dados), uma tecnologia aberta de baixo custo e pequena quantidade de uma solução química, a start-up Miroculus pretende revolucionar a forma como diagnósticos de câncer são realizados em todo mundo — especialmente em países subdesenvolvidos. Apresentada pela primeira vez em outubro do ano passado, durante a conferência TEDGlobal 2014, no Rio, a promissora solução já tem um protótipo e pode chegar a um formato adequado ao mercado em 18 meses.

— As técnicas de diagnóstico desse tipo de doença já existem, mas são soluções caras e invasivas, cujo acesso normalmente costuma ser maior por pessoas de classes sociais mais elevadas. Nosso objetivo é oferecer uma forma de diagnóstico prática, de baixo custo e menos invasiva — afirma Alejandro Tocigl, cofundador e diretor-executivo da Miroculus.

A tecnologia se baseia na análise de moléculas microRNAs contidas em nosso sangue. Essas moléculas têm como principal função a regulação do processo de expressão dos genes, mas também podem servir como indicativo para alterações em nosso organismo. Um paciente com câncer de pulmão, por exemplo, possui uma determinada combinação de microRNAs em seu sangue que pode ser utilizada para identificar a sua condição.

— Nossa plataforma engloba três partes importantes: nossa molécula química, para a detecção dos microRNAs nas amostras sanguíneas; o dispositivo onde a reação química acontece, que pode ser montado com tecnologia aberta e de baixo custo, por não mais de US$ 100; e nossa base de dados digitais na nuvem, usada pelo software que desenvolvemos para fazer o diagnóstico — explica Tocigl.

Resultado em 60 minutos

O funcionamento da solução é simples. Seu operador deve extrair uma pequena amostra de sangue do paciente, que é então colocada numa placa preenchida com o composto químico desenvolvido pela start-up, e dentro de um cilindro feito com uma impressora 3D. Um smartphone é então acoplado à máquina, e um aplicativo que controla a câmera do aparelho procura identificar a presença de até 96 tipos de microRNAs na amostra sanguínea.

Os padrões dessas moléculas encontrados são então comparados com a base de dados da Miroculus na nuvem e, cerca de 60 minutos depois do início do processo, o aplicativo no celular indica para a pessoa se ela possui possui uma determinada doença e qual o seu estágio.

Proclamada pelo curador do TEDGlobal Cris Anderson “como uma das mais excitantes demos da história da conferência”, a tecnologia da Miroculus surgiu a partir da combinação de talentos distintos no programa Singularity University, mantido pela Nasa e pelo Google. A incubadora desafia empreendedores e profissionais de áreas variadas a desenvolverem ideias para tratar de problemas globais. Para o empreendedor Thiago Matos, fundador da escola de atividade criativa Perestroika, e que também participou da Singularity University, ao aliar diferentes tecnologias de forma acessível, a solução da Miroculus, apesar de ambiciosa, tem potencial:

— Assim como a maioria das pessoas, já perdi parentes por câncer e fico imaginando se eles ainda não estariam por aqui caso esta solução não existisse há mais tempo.

Fonte: O Globo

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